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quinta-feira, 17 de novembro de 2022

CAPÍTULO 05

 


NOSSAS VIDAS – CAPÍTULO 05

novela criada e escrita por
MARCOS CASTELLI

Participam deste capítulo:

Maria Fernanda Cândido como Luciana
Dan Stulbach como Igor
Thiago Fragoso como Felipe
Marcos Palmeira como Jorge Henrique
Vivianne Pasmanter como Elvira
Danilo Mesquita como Danilo
Giovanna Lancellotti como Paloma
Guilherme Dellorto como Adrian
Louise Cardoso como Fátima
Silva Pfeiffer como Hilda
Leopoldo Pacheco como Fábio
Fábio Beltrão como Ryan
Rafaela Sampaio como Monique
Bruno Guedes como Emerson
Gabriela Mustafá como Rafaela
Guilhermina Libanio como Camila

CENA 01. APTO. DANILO. QUARTO. INTERIOR. NOITE

JÚLIO – Eu não sei do que você está falando, meu amor.

DANILO – (gritando) Não me chama de meu amor! Você sabia esse todo que estava doente e nunca me contou. Por sua culpa eu estou com AIDS.

JÚLIO – Você está com AIDS? Eu iria te contar meu amor, só estava esperando a hora certa.

DANILO – (gritando) Quando? Quando eu estivesse morto? Quando não tivesse mais chances de eu sobreviver? Você não passa de um mau-caraáter, seu português safado.

JÚLIO – Eu fiquei com muito medo de você não querer mais ficar comigo por causa da doença.

DANILO – (batendo na cabeça) É tudo culpa minha... Eu deveria ter me cuidado.

JÚLIO – (tentando se aproximar) Danilo...

Danilo olha com ódio para Júlio e acerta um soco no rosto dele. Júlio cai na cama.

DANILO – Se você tivesse me contado desde o início, eu jamais teria deixado de te amar. Mas não, você preferiu mentir pra mim. Agora eu estou infectado, não era isso que você queria? Pronto, você conseguiu.

JÚLIO – Eu quero que você me perdoe.

DANILO – E eu quero você fora da minha casa. Nunca mais quero olhar pra essa sua cara nojenta.

JÚLIO – Não faz isso comigo. Vamos tentar recomeçar a nossa história do zero.

DANILO – Você tem cinco minutos pra sair daqui. Se não eu chamo a polícia e falo tudo que você fez comigo.

Júlio se entristece.

JÚLIO – Pede a menina da limpeza pra arrumar minhas coisas e mandar pro hotel que estarei hospedado. Eu não vou desistir de você, Danilo.

Júlio entra no banheiro. Danilo encarando.

CENA 02. HOSPITAL SÃO LUCAS. RECEPÇÃO. INTERIOR. DIA

Elvira e Jorge Henrique entram apressados na recepção.

ELVIRA – Eu quero ver o meu filho.

RECEPCIONISTA – Fica calma, senhora.

ELVIRA – Como você quer que eu fique calma com o meu filho correndo risco de morrer?

JORGE HENRIQUE – Não piora as coisas, Elvira. O nome dele é Emerson de Sousa Montaleão.

RECEPCIONISTA – Esse paciente está em uma cirurgia bem delicada.

ELVIRA – Meu Deus!

RECEPCIONISTA – O acidente dele foi muito grave.

JORGE HENRIQUE – O que aconteceu com ele?

RECEPCIONISTA – Uma de suas pernas sofreu uma fratura muito grave. Pra ser sincera, se não tiver jeito, ele terá uma das pernas amputadas ou ficará paraplégico pra sempre.

JORGE HENRIQUE – Isso não pode acontecer com o meu filho.

Elvira chora. Monique aparece arrasada na recepção. Elvira olha para ela com ódio.

ELVIRA – O que você está fazendo aqui?

JORGE HENRIQUE – Monique?

MONIQUE — (chorando)  Foi por minha culpa que o Emerson sofreu o acidente...

Elvira olha chocada para Monique.

JORGE HENRIQUE – Como assim foi sua culpa?

ELVIRA – O que você fez pro meu filho?

MONIQUE – (chorando) Ele estava passando de moto na mesma hora em que eu estava no calçadão. Eu troquei olhares com ele e ele perdeu o equilíbrio... Bateu de frente com o carro.

ELVIRA – (furiosa) – Sua desgraçada!

Elvira dá um tapa no rosto de Monique.

ELVIRA – Sua vagabunda!

JORGE HENRIQUE – Você está louca de bater na menina?

ELVIRA – Desde que você entrou na vida do meu filho, as coisas só andaram pra trás pro coitado. Você foi a pior coisa que aconteceu na vida dele. Uma menina pobre que não tem onde cair morta e que vive na minha escola.

JORGE HENRIQUE – Chega, Elvira! Para de falar essas coisas absurdas.

ELVIRA – Sabia que ele pode ter a perna amputada por sua culpa?

MONIQUE – Como?

ELVIRA – É... E tudo isso foi por sua causa. Sua maldita!

Elvira acerta mais um tapa na Monique. Monique sai correndo chorando do hospital.

JORGE HENRIQUE – (bravo) Elvira!

Jorge Henrique corre atrás de Monique.

Elvira enxuga suas lágrimas.

CENA 03. CALÇADÃO. EXTERIOR. DIA

Monique chorando no calçadão. Jorge Henrique aparece no fundo da cena correndo atrás dela.

JORGE HENRIQUE – Monique!

Monique não olha e continua andando. Jorge Henrique consegue alcançar-lá e segura em seu braço.

JORGE HENRIQUE – Precisamos conversar.

MONIQUE – (chorando) Não temos nada para conversar professor. Sua esposa tem toda a razão... Eu só entrei na vida do seu filho pra atrasar ele e sou apenas a filha da cantineira que vive na escola e que não tem onde cair morta.

JORGE HENRIQUE – Não liga pra minha esposa. Ela falou tudo aquilo de cabeça quente, ela não falou porque quis.

MONIQUE – Se eu não estivesse ali naquele momento nada disso estaria acontecendo agora. Sempre atraso a vida das pessoas.

JORGE HENRIQUE – Não se culpa por uma coisa que você não fez. Isso foi coisa do destino e já estava escrito que isso iria acontecer. Não tem nada que podemos fazer. Apenas orar e torcer pro seu namorado ficar bem.

MONIQUE – Me perdoa?

Jorge Henrique abraça Monique.

CENA 04. QUARTO DE MONIQUE E RYAN. INTERIOR. NOITE

(Ao anoitecer...)

HILDA – Ela deu na sua cara? Com que direito ela dar um tapa no seu rosto? Ah, mas deixa eu ver essa mulher na minha frente. Se o filho dela sofreu acidente foi por culpa dela, que fica se metendo no namoro de vocês.

MONIQUE – Não vai adiantar nada a senhora bater boca com a dona da escola.

HILDA – Ela poderia ser a dona do mundo, mas ninguém tem o direito de bater nos filhos dos outros.

MONIQUE – O que vamos fazer se ela demitir a senhora? Não temos casa própria e muito menos lugar pra morar.

HILDA – De uma coisa você pode ter certeza: Na rua a gente não fica, nem que eu tenha que vender meus bolos na rua e seu pai voltar a trabalhar como professor. Essas pessoas que tem dinheiro sempre acha que está por cima de nós que somos pobres. Vai tomar o seu banho e descansar um pouco pro jantar.

MONIQUE – Estou sem apetite. Se for possível me deixa sozinha no meu quarto. Só quero pensar um pouco na vida.

HILDA – Você que sabe filha. Qualquer coisa estou aqui.

Monique abraça sua mãe. Monique chora.

CENA 05. SALA DE IGOR E LUCIANA. INTERIOR. NOITE

Igor e Luciana saindo da sala de jantar. Danilo entra na mansão com suas malas. Igor e Luciana se olham surpresos.

LUCIANA — Que malas são essas, meu amor?

DANILO – Será que eu posso voltar a morar aqui com vocês?

IGOR – E você ainda pergunta filho? É claro que pode.

LUCIANA – Essa casa também é sua.

DANILO – Muito obrigado por deixarem eu voltar. Depois do que aconteceu comigo não fiquei muito seguro de ficar morando sozinho naquele apartamento.

LUCIANA – Mas e o seu namorado? Ele não estava morando com você?

DANILO – Não tem mais namorado nenhum. Acbei de botar um ponto final nessa história. Só quero ter cabeça pra minha peça e pros meus estudos.

IGOR – Se você acha que assim foi melhor pra você... Um dia você vai encontrar outro alguém e vai ser feliz como você foi com o esse que veio aqui na sua festa.

DANILO – Eu vou para o meu quarto arrumar minhas coisas.

IGOR – Você não vai querer jantar?

DANILO – Estou sem apetite.

IGOR – Sua mãe e eu temos um jantar importante daqui a pouco. Vamos chegar tarde, mas pode me ligar se precisar de alguma coisa.

DANILO – Pode deixar.

Danilo pega suas malas e sobe para o seu quarto. Igor e Luciana se olham preocupados.

CENA 06. COZINHA. INTERIOR. NOITE

ADRIAN –  Danilo vai vir morar aqui na mansão?

FÁTIMA – Foi o que a dona Luciana acabou de me comunicar. Amanhã vamos bem cedo ao shopping e comprar tudo pro quarto dele, porque eu desfiz toda a decoração do quarto depois que ele foi morar sozinho.

ADRIAN – E ela falou alguma coisa sobre o namorado dele?

FÁTIMA – Por que você está tão interessado nessa história? Desde ontem que estou te achando um pouco animadinho, aos poucos está se tornando amigo do Danilo... E agora todas essa perguntas.

ADRIAN – Qual é o problema de perguntar? Eu preciso ficar atualizado do que acontece na mansão. Ainda mais agora que eu vou ser o motorista do Danilo.

FÁTIMA – Motorista? Como você não me contou nada? Essa amizade de vocês está muito estranho, cheio de segredinhos... Não estou gostando nada disso.

ADRIAN – Sabe o que é isso? Ciúmes.

FÁTIMA – Ciúmes?

ADRIAN – Sim. A senhora está com ciúmes da minha amizade com o Danilo.

FÁTIMA – Ah, me deixa em paz moleque.

Fátima se levanta da mesa e Adrian ri de sua mãe.

CENA 07. HOSPITAL SÃO LUCAS. RECEPÇÃO. INTERIOR. NOITE

Elvira e Jorge Henrique estão sentados na sala de espera. O médico que fez a operação aparece na sala de espera.

DR. AVARELA – Elvira Montaleão e Jorge Henrique de Sousa.

Elvira e Jorge Henrique se levantam de pressa do banco.

JORGE HENRIQUE – Somos nós dois.

ELVIRA – Como está o meu filho?

DR. AVARELA – A operação foi de risco, mas acabou tudo bem e ele já está no quarto se recuperando.

ELVIRA – (aliviada) Ai que bom!

DR. AVARELA – Mas ainda não terminei de falar. O seu filho perdeu os movimentos das duas pernas.

JORGE HENRIQUE – Como é que é? O meu filho ficou...

DR. AVARELA – (interrompendo) Paraplégico.

ELVIRA – O meu filho nunca mais vai poder andar? É isso mesmo que eu ouvir, doutor?

DR. AVARELA – Não agora, mas as chances dele voltar a andar são bem poucas. Se ele fizer todos os tratamentos que eu recomendar, será possível que ele volte a andar ao poucos.

JORGE HENRIQUE – Ele vai ficar arrasado, meu Deus! A carreira dele de jogador não vai ser possível. (Ele chora): O meu filho não...

Jorge Henrique se abaixa e põe a mão sobre o seu rosto chorando.

ELVIRA – Eu posso ver ele?

DR. AVARELA – Hoje não será possível nenhum tipo de visita. Com licença!

O doutor se retira. Elvira põe sua mão sobre seu peito e senta no banco.

CENA 08. MANSÃO MONTALEÃO. MESA DO CAFÉ DA MANHÃ. INTERIOR. DIA

CAMILA – Coitado do meu irmão... Ele vai ficar arrasado quando descobrir que não vai poder mais andar.

JORGE HENRIQUE – Não quero nem ver a reação dele, Camila. O futebol era a coisa que ele mais gostava na vida, e de uma hora pra outra ele vai passar odiar.

CAMILA – A minha mãe disse que não vai mais no evento de mais tarde, mas que é para o senhor ir no lugar dela.

JORGE HENRIQUE – É isso mesmo que eu vou fazer, minha filha. Preciso distrair um pouco a cabeça. Vou aproveitar também pra pagar algumas contas e mandar adaptar o quarto de hóspede pro Emerson.

CAMILA – Deixa que eu faço isso pro senhor.

JORGE HENRIQUE – Tem certeza?

CAMILA – Não vai ser incômodo algum. Faço tudo isso pela internet e nem preciso sair de casa.

JORGE HENRIQUE – Então eu vou indo no hospital.

CAMILA – Fala pro Emerson que mandei muitos beijos pra ele.

JORGE HENRIQUE – Falo sim. 

Jorge Henrique se levanta da cadeira, beija Camila e depois sai.

CENA 09. SALA DO APTO. INTERIOR. DIA

Beto saindo do quarto em uma ligação...

BETO – (ao cel) A partir de hoje tudo que você tem pra resolver é com o delegado Negrão. Hoje entrei de férias e só volto daqui há um mês mais ou menos.

TOLENTINO – (ao cel) Não sabia que o senhor já estava de férias. Então vou falar com o delegado Negrão e depois retorno para o senhor.

BETO – (ao cel) Tá bom.

Beto finaliza a ligação. Ele abre a porta pra sair e bate de frente com Fabiana.

BETO – Fabiana?

FABIANA – Será que podemos conversar?

BETO – Não temos mais nada para conversar. Ainda mais depois daquele surto que você deu no condomínio.

FABIANA – Eu estava destabilizada, meu amor. Fiquei em choque quando você disse que queria a separação.

BETO – Eu não vou te convidar pra entrar porque estou indo correr na praia. Faz o seguinte, vamos nos encontrar no Nick Bar e tentar conversar como gente civilizada sobre o nosso casamento.

FABIANA – Pode ter certeza que eu vou me comportar. Vou fazer de tudo pra recuperar o nosso casamento.

BETO – Então desce primeiro que eu vou depois.

FABIANA – Tudo bem.

Fabiana se retira. Beto fecha a porta e fica pensativo.

CENA 10. CASA RAFAELA. QUARTO. INTERIOR. DIA

Ryan deitado na cama. Rafaela sentada.

RYAN – Eu queria tanto arrumar um homem que me amasse o quanto eu amo ele... Essa minha vida de garoto de programa não é nada fácil... Só quem trabalha vendendo o corpo sabe o quanto é difícil se deitar com pessoas que você nunca viu na vida. Ontem mesmo eu fiz um programa com dois empresários e eu só queria que aquela tortura acabasse.

RAFAELA – Por que você não se entrega de vez pro Rato? Essa é a sua única saída do mundo da prostituição.

RYAN – O Rato é o meu chefe, e eu nunca teria coragem de transar com um cara como ele. Rato é um homem perigoso, não gosta de ser passado pra trás, e você sabe que eu não posso me fixar com chave de cadeia. Mas deixa... Eu ainda vou encontrar um homem com muito dinheiro pra me sustentar. (ri) E esse homem vai comer direitinho na minha mão.

RAFAELA – Com a sorte que você tem não duvido nada.

RYAN – Bem que esse homem poderia ser o marido da tia de um amigo meu.

RAFAELA – Tá de olho num homem casado?

RYAN – Eu e milhares de pessoas. (ri) Aquele homem é um pedaço de mau caminho. Qualquer pessoa faria de tudo pra ter ele na cama.

RAFAELA – Mas tu não vai fazer isso, né?

RYAN – Sou nem doido de pensar. Fui criado praticamente dentro daquela família.

RAFAELA – Menos mal.

Ryan pensativo...

CENA 11. HOSPITAL SÃO LUCAS. QUARTO. INTERIOR. DIA

Elvira e Jorge Henrique entram no quarto. Emerson aos poucos abre seus olhos.

ELVIRA – Oi meu amor. A mamãe está aqui com você.

JORGE HENRIQUE – Você está vendo a gente?

EMERSON – O que estou fazendo aqui nesse quarto? A minha cabeça dói, meu corpo todo dói.

JORGE HENRIQUE – Você está no hospital.

ELVIRA – Lembra do acidente de moto?

EMERSON – Eu não lembro muito bem... Minha cabeça tá confusa, não tenho recordações de nada.

Emerson tenta mexer seus pés, mas não sente nada.

EMERSON – As minhas pernas... não estou conseguindo mexer. Tem alguma coisa por cima dela?

Elvira e Jorge Henrique olham se olham.

EMERSON – Gente que caras são essas? O que está acontecendo comigo? Eu não sinto as minhas pernas, não sinto! Falam alguma coisa, não ficam me olhando dessa maneira. Por que eu não sinto as minhas pernas?

JORGE HENRIQUE – Filho...

EMERSON – Fala logo, pai!

JORGE HENRIQUE – Infelizmente, você ficou... paraplégico.

EMERSON – Não... isso não pode ser verdade. É uma piada não é mesmo? Fala que é uma piada! (gritando).

JORGE HENRIQUE – (chorando) Quem dera se isso fosse uma piada, Emerson.

Emerson olhando em choque para Jorge Henrique.

EMERSON – Isso é uma brincadeira, não é mesmo? Fala pra mim que vocês estão brincando comigo, que isso não passa de uma brincadeira só pra me testar.

Jorge Henrique abaixa a cabeça.

EMERSON – Isso quer dizer que eu nunca mais vou poder jogar futebol? Que eu nunca mais vou poder andar de moto ou sair por aí sozinho? Não... Deus não me castigaria dessa maneira tão cruel.

ELVIRA – Fica calmo, meu filho.

EMERSON – (gritando) Como você quer que eu fique calmo? Eu acabei de saber que nunca mais vou poder andar com as minhas próprias pernas. Eu vou me tornar um inválido, uma carga na vida da minha família.

ELVIRA – Não fala isso, meu amorzinho...

EMERSON – Eu não quero olhar pra sua cara, Elvira! Você é a única culpada disso tudo está acontecendo.

ELVIRA – Não fala isso, Emerson. Eu fui a pessoa que mais fiquei preocupada com você.

EMERSON – Cala a merda da sua boca e dá um fora do quarto! Eu quero ficar sozinho com o meu pai.

ELVIRA – Emerson...

EMERSON — (gritando) Saaaaaaaaaaaiii!

JORGE HENRIQUE – É melhor você sair.

Elvira olha com tristeza para Emerson e sai do quarto com a cabeça baixa.

EMERSON – (chorando) Pai...

Jorge Henrique abraça seu filho, que se acaba de chorar.

EMERSON – (chorando) Por que isso foi acontecer comigo? Eu não merecia ficar desse jeito.

JORGE HENRIQUE – Você vai se recuperar e vai poder voltar a jogar o seu futebol.

EMERSON – (chorando) A minha vida acabou. Eu não quero mais viver nesse mundo, não quero ficar inválido pro resto da mimha vida... Eu não quero!

Emerson soluça de tanto chorar.

CENA 12. SALA DR. AVARELA. INTERIOR. DIA

Elvira entrega um maço de dinheiro para o Dr. Avarela.

ELVIRA – Muito obrigada por ter feito o meu filho ficar paraplégico. Agora sim ele vai ficar nas minhas mãos.

DR. AVARELA – Lembrando que ele não ficou paraplégico. Apenas dei uma substância para que suas pernas ficassem imóveis... Mas não deixa ele passar nas mãos de nenhum outro enfermeiro, se não a nossa farsa será descoberta.

Elvira - Pode deixar comigo que eu sei exatamente o que fazer.

FIM DO CAPÍTULO...