CENA 001.
ARQUIVO NACIONAL. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE ATUAL
Otacília é chamada por Roberta e entra na sala da professora
temerosa, suando frio e trémula:
ROBERTA
Bom dia, senhora, Otacília Amaral! Como está?
OTACÍLIA
Estou bem
graças a dio. O que deseja?
ROBERTA
Então, o
nosso Arquivo Nacional completou cento e trinta nove anos e queremos fazer uma
homenagem póstuma à Melissa, sua filha e ao seu genro, Pedro Leonardo. A
senhora está disposta para liberar a imagem dos dois?
OTACÍLIA
Se for pra
prestar uma homenagem, que mal tem?
ROBERTA
E pode ficar
tranquila, iremos a ressarcir com uma bonificação de dez mil reais para
reivindicar o direito de imagem. Aceita a proposta?
OTACÍLIA
Aceito sim,
mais alguma coisa?
ROBERTA
Não senhora,
qualquer coisa, irei te ligar.
OTACÍLIA
Ótimo então
tenha um bom dia!
ROBERTA
Igualmente,
com licença.
Otacília deixa o escritório e entra no elevador. Sozinha na sala, Roberta pega sua mala sob a mesa. Anos atrás (1994): Focado na mala de couro italiano, Randolf desce do helicóptero com o objeto e caminha à mansão dos Assunção.
CENA
002. MANSÃO DA FAMÍLIA ALENCAR ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994
Próximo
a piscina, Eduardo fuma charuto cubano numa mesa de café da manhã lendo o
jornal e Marcelina se aproxima e o chama:
MARCELINA
Bom dia, senhor, Eduardo!
EDUARDO
Bom dia, Marcelina, o que deseja? Diga!
MARCELINA
O senhor
Randolf acabou de chegar e pousou o helicóptero próximo a estufa.
EDUARDO
Pode chamá-lo [...].
MARCELINA
Acho que não
precisa, ele está vindo ali. Com licença!
Marcelina
caminha para dentro da mansão. Eduardo se levanta da cadeira e recebe Randolf.
EDUARDO
Randolf o
que faz aqui? Não era para estar negociando com os magnatas em Portugal?
RANDOLF
Era sim, mas
recebi uma correspondência de Gustavo com relação ao furto da pasta azul que
aconteceu na noite da festa de seu aniversário.
EDUARDO
Gustavo como
sempre agindo na emoção. Esse meu filho não toma jeito. [DEBOCHA].
RANDOLF
E você age
assim nessa frieza toda? Como pode? A gente correndo o risco de nos fudermos e
você aí no bem e bom.
EDUARDO
E quem disse
que sairei fudido nessa história? Querido, eu retirei meu nome daquela pasta.
RANDOLF
Não acredito
que você me traiu dessa maneira? Eduardo, nós somos parceiros de negócios
importantíssimos.
EDUARDO
Éramos
parceiros de negócios, agora não somos mais. Eu que não irei sujar meu precioso
nome com um fudido como você.
RANDOLF
Que filho da
puta! Não consigo acreditar que retirou o seu nome e manteve o meu.
EDUARDO
Ninguém
mandou você ser burro. Achou que não ia descobrir suas maracutaias? Avisei,
Randolf espera que estamos captando recursos para o nosso escritório e o que
você fez? Assinou contrato de obras superfaturadas. Olha a bomba que ia
explodir no meu colo?
RANDOLF
Eu agi no
calor da emoção, precisávamos daquele dinheiro para pagar uns caras do jogo do
bicho.
EDUARDO
Que pena,
mas enfim, pode se retirar. E se persistir, chamo os seguranças. Tenha um bom
dia, amigo!
Eduardo
caminha até a mansão e entra. Sozinho e próximo ao portão principal, Randolf
tira a arma da cintura e diz:
RANDOLF
Isso não vai
ficar assim!
Randolf
guarda o revólver, entrar no helicóptero que começa a sobrevoar.
CENA
003. RUA NOSSA SENHORA DE COPACABANA. CALÇADÃO. EXTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994
Na calçada,
Pedro Leonardo termina a matéria especial para o Jornal Carioca e comenta com
Mateus.
PEDRO
LEONARDO
Espero que
esse material agrade ao Eurico.
MATEUS
Você falando
assim nem parece que é o queridinho dele.
PEDRO
LEONARDO
Ele que me
adotou como queridinho.
MATEUS
Enfim, primo
eu irei agora para o aeroporto, farei viagem para a Europa e não tenho previsão
de retorno.
PEDRO
LEONARDO
Vai lá e vá
com Deus!
Mateus
cumprimenta Pedro Leonardo e entra no táxi. Sozinho na calçada, o jornalista
avista Melissa a frente de uma manifestação feminista, se aproxima e cobra
satisfações.
PEDRO
LEONARDO
O que está
fazendo aqui? Está louca?
MELISSA
Estou
reivindicando meus direitos como mulher! Merecemos receber o mesmo piso
salarial que os homens.
PEDRO
LEONARDO
Você só pode
estar de brincadeira, largar os nossos filhos em casa para participar dessa
baderna.
MELISSA
Se o Jornal
Carioca e você são coniventes a essa patifaria, isso não é problema meu.
PEDRO
LEONARDO
Chega
Melissa! Você está passando de todos os limites.
Pedro
Leonardo pega Melissa pelo braço, as manifestantes se revoltam e o jornalista
rebate.
PEDRO
LEONARDO
E vocês vão
caçar uma calcinha pra lavar, cambada de desocupadas.
MELISSA
Pedro você
está me machucando.
PEDRO
LEONARDO
Entra nesse
carro agora, anda Melissa!
Melissa
se revolta com o marido e entra no carro contra a vontade. As manifestantes
tacam objetos contra o veículo em pleno movimento.
CENA
004. MANSÃO DA FAMÍLIA ALENCAR ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR.
INTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994
Na sala
fumando charuto e bebendo conhaque, Eduardo avista Gustavo chegando na mansão e
o jovem se aproxima do pai:
GUSTAVO
Pai? O que
faz aqui? Não era para estar na câmara dos vereadores?
EDUARDO
Estou
consertando a barrigada que tu fizeste?
GUSTAVO
Que
barrigada? Não sei do que você está falando [...].
EDUARDO
Não se faça
de desentendido! Por que diabos foi abrir o bico do roubo da pasta azul?
GUSTAVO
E você ainda
pergunta? O nosso nome está no documento, motivo suficiente para nos
preocuparmos.
EDUARDO
Eu tinha
retirado no nosso nome daquela porra. Agora o Randolf vai dar um jeito de se
voltar contra a gente.
GUSTAVO
Eu avisei
para o senhor não confiar nesse verme e você novamente não me ouviu. Espero
muito que essa pasta não caia em mãos erradas.
EDUARDO
Essa pasta
não faz tanta diferença pra mim, agora é hora de pensar na sua candidatura a
governador do Estado do Rio de Janeiro.
GUSTAVO
Conseguiu os
fundos eleitorais para a minha campanha?
EDUARDO
Eu tenho
tudo esquematizado meu filho, pode ficar tranquilo.
Eduardo e Gustavo conversam sobre campanha a governador e uma pessoa grava a conversa e deixa a mansão, silenciosamente.
CENA
005. AEROPORTO SANTOS DUMONT. SAGUÃO. INTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994
Ao
deixar o táxi, Elisa se espanta como o movimento no aeroporto, chega ao saguão
com as malas, esbarra em Mateus e cai no choro:
ELISA
Me dá uma
dor no coração deixar o país, você tem certeza de que quer passar uma temporada na
Europa?
MATEUS
Não vamos
passar apenas uma temporada, eu fui transferido a trabalho para a Europa.
ELISA
Nunca
entendi o Jornal Carioca te querer como correspondente internacional. Eles
mesmos não possuem uma tevê de projeção nacional.
MATEUS
Eles estão
desenvolvendo esse projeto e faço parte disso.
ELISA
Nunca vou
engolir isso, o Omar é contra esse projeto devido aos altos custos.
MATEUS
Nem parece
que tu conheces o Eurico né?
A
atendente fala pelo alto-falante: Atenção, o voo para Bulgária está
confirmado para acontecer daqui a pouco, às dez e quinze. Por favor,
certifique-se se perdeu algum objeto pessoal. Bom dia e boa viagem!
MATEUS
Amor é daqui
a pouco! Está preparada?
ELISA
Não estou
preparada e seja o que Deus quiser!
Mateus
e Elisa caminham para o ponto de embarque. Ao entrarem no avião e após levantar
voo, Elisa olha pela janela emocionada.
CENA
006. CASARÃO DA FAMÍLIA LIBERATO GUERRA. SALA. DIA/MANHÃ. FASE 1994
Na
sala fazendo toalha de crochê, Otacília se preocupa com Melissa e Aurélio
rebate:
OTACÍLIA
Será que
nossa bambina chegou bem no colégio?
AURÉLIO
Nem parece
que conhece a sua filha, a Melissa é uma mulher muito responsável.
OTACÍLIA
Responsável
até a página dois, essa menina puxou o pai, cabeça de vento.
AURÉLIO
Você deveria
dar um voto de confiança a ela, amor!
OTACÍLIA
Daqui a
pouco você pede para canonizá-la a santa. Esse meu marido.
Pedro
Leonardo abre a porta da casa discutindo com Melissa e Otacília pergunta:
OTACÍLIA
Que confusão
é essa? O que está acontecendo?
PEDRO
LEONARDO
Pergunta
para a irresponsável da sua filha?
OTACÍLIA
O que você
fez minha filha?
PEDRO
LEONARDO
Ela não vai
falar e vai ficar com essa cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança,
mas eu digo, ela estava nas manifestações feminista na Nossa Senhora de
Copacabana.
MELISSA
Eu fui lutar
pelos meus direitos [...].
OTACÍLIA
Eu já a
proibi de participar dessas movimentações! É extremamente perigoso e sempre
termina em mortes.
AURÉLIO
Calma gente,
vamos resolver tudo isso no diálogo.
PEDRO
LEONARDO
Diálogo? Já
não aguento mais essas aventuras irresponsáveis da Melissa. Porra, temos dois
filhos para criar e ela mergulhando de cabeça nesses movimentos.
MELISSA
Eu estou
cansada e de saco cheio. Ninguém me entende nessa casa!
Melissa
entra no quarto chorosa e aos pratos, Otacília vai atrás da filha e Aurélio
tenta acalmar Pedro Leonardo.
CENA
007. MANSÃO DA FAMÍLIA ALENCAR ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR.
INTERIOR. NOITE. FASE 1994
Horas
depois, Eduardo e Gustavo conversam durante o jantar e Beatrice chega na sala
de estar:
BEATRICE
A fofoca
pelo visto está boa né?
EDUARDO
Machos não
fofoca, apenas estamos conversando!
BEATRICE
Conversando
sobre o que? Sobre o próximo golpe de estado que o Rio vai sofrer? Não criei
Gustavo para isso hein?
GUSTAVO
O meu pai e
eu estamos conversando sobre minha candidatura ao governo do Estado.
BEATRICE
Ah mas
estava demorando! Guga meu filho, você pode ir para o quarto. Quero conversar
com o seu pai.
GUSTAVO
Mas mãe
[...].
BEATRICE
Vai para o
quarto agora ou não respondo por mim.
Gustavo
deixa a sala de estar e sobe as escadas. Beatrice se irrita e confronta
Eduardo.
BEATRICE
Não admito
que coloque o nosso filho em suas artimanhas.
EDUARDO
Você não tem
direito a admitir nada e sim a obedecer.
BEATRICE
Não vou ser
capacho de um político ladrão
Eduardo
se aproxima de Beatrice e ameaça a esposa:
EDUARDO
Da próxima
vez que você dizer que sou corrupto, se considere uma mulher morta.
BEATRICE
Eu não tenho
medo de você, mas você deveria ter medo de mim. Com licença!
Beatrice
sobe as escadas para pegar suas coisas e Eduardo encara a esposa.
CENA
008. REDAÇÃO DO JORNAL CARIOCA. RECEPÇÃO. EXTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994
No dia
seguinte, Pedro Leonardo chega à recepção do Jornal Carioca e Beto o cerca com
uma correspondência:
BETO
Senhor
Pedro, deixaram uma correspondência aqui pra você.
PEDRO
LEONARDO
Correspondência?
Eu não esperava por nenhuma correspondência.
BETO
Aqui está,
essa pasta azul.
Pedro
Leonardo pega a pasta azul e estranha. Próximo à porta, uma pessoa misteriosa
fotografa e deixa o local. O jornalista entra no elevador, chega à sala calado
e Omar pergunta:
OMAR
O que houve
rapaz? Chegou avoado e nem deu bom dia para o povo.
PEDRO
LEONARDO
Estou cheio
de problemas, briguei com a Melissa [...].
OMAR
E que pasta
é essa? Alguma correspondência importante?
PEDRO LEONARDO
Não sei, mas
vou dar uma olhada agora.
OMAR
Enfim, vou
trabalhar e volto já para acertar alguns pepinos contigo.
Omar deixa a
sala e Pedro abre a pasta azul. O jornalista fica surpreso com o conteúdo do
documento e fala sozinho:
PEDRO
LEONARDO
Isso não
pode ser verdade!
Pedro Leonardo continua foleando o documento e em seguida guarda em sua mala.
CENA
009. LOJA BENEDITTO. BALCÃO. INTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994
Otacília
abre a loja e Melissa entra em seguida:
OTACÍLIA
Vai sair
Melissa? Ou vai trabalhar?
MELISSA
Vou para o
Centro do Rio resolver umas coisas.
OTACÍLIA
Filha pelo
amor de Jesus Cristo, não se envolva nessas manifestações.
MELISSA
Está bem
mãe, já não basta o sermão de Aurélio e do Pedro.
OTACÍLIA
Eles estão
certo, agora você é mãe de dois lindos meninos, a troco de que se envolver
nessas manifestações.
MELISSA
Eu mergulho
nessas manifestações por um salário justo, chega a ser um absurdo receber menos
que o salário-mínimo.
OTACÍLIA
Deixa que
isso o estado resolve.
MELISSA
Resolve
tanto que assinam um decreto que congela o aumento salarial dos professores por
vinte anos.
OTACÍLIA
Você precisa
me escutar mais e ao seu padrasto.
MELISSA
Eu escuto
vocês, mas quero o melhor para nossa família.
Melissa e
Otacília encerram o assunto e Guilherme e Washington chegam eufóricos
GUILHERME
E WASHINGTON
Mamãe,
mamãe, chegamos.
MELISSA
Oh amores, da minha vida como foi o dia de vocês no colégio?
GUILHERME
Foi muito
bom, brincamos abeça né Ton?
WASHINGTON
Nos
divertimos muito, sabe que é muitão do tamanho do mundo?
MELISSA
Que
maravilha! Agora vão tomar banho e quero ver vocês aqui cheirosos.
Washington
e Guilherme correm pela loja e entram na casa. Sozinhas, Melissa e Otacília
observam as crianças.
CENA
010. APARTAMENTO SANTA MARIA. SALA. INTERIOR. DIA/TARDE. FASE 1994
Após uma manhã cheio de trabalho, Omar chega em casa e Eurico estranha:
EURICO
Mas já
terminou o expediente?
OMAR
Sim filho,
eu estou sentindo um cansaço muito grande.
EURICO
Eu avisei
para o senhor se cuidar, trocou pontas de safena e indo trabalhar.
OMAR
Eu só saio
da redação do Jornal Carioca dentro de um caixão.
EURICO
Pai para com
isso!
OMAR
Você
sabe perfeitamente que desse ano eu não passo.
EURICO
Você
vai ficar bem e agendei sua viagem para Minas Gerais.
OMAR
Perfeito,
as minhas malas estão prontas?
EURICO
Sim
senhor!
OMAR
Ótimo,
mais tarde eu pego estrada. Agora vou me recolher.
Omar
caminha até o quarto e Eurico fica preocupado.
CENA
011. MANSÃO DA FAMÍLIA ALENCAR ASSUNÇÃO. PORTÃO PRINCIPAL.
NOITE. FASE 1994
Beatrice
passa as orientações para Marcelina:
BEATRICE
Marcelina cuide
bem do Gustavo como se fosse o seu filho.
MARCELINA
Pode deixar
patroa, é uma pena que esteja de partida.
BEATRICE
É para o meu
bem, não vou ficar nesse ambiente inóspito com o Eduardo.
MARCELINA
A senhora
vai para a casa de Petrópolis?
BEATRICE
Sim, lá eu
estarei bastante segura.
MARCELINA
Tenha uma
boa viagem e fique com Deus.
BEATRICE
Obrigada
querida! Tenha um boa noite.
Marcelina
entra na mansão e Eduardo observa Beatrice da janela do quarto.
CENA
012. OPALA SSRJ 1985. INTERIOR. ESTRADA LAGOA BARRA. NOITE
Pedro
Leonardo e Melissa conversam dentro do carro e amistosamente:
MELISSA
Perdoa-me
como mulher, mãe e professora. Eu sei que fui irresponsável [...].
PEDRO
LEONARDO
Ainda bem
que você sabe que é irresponsável. Melissa você não é uma menina mais.
MELISSA
Eu sei
disso, mas quis a manifestação para reivindicar meus direitos.
PEDRO
LEONARDO
Se você
fosse réu primaria, poderia manifestar à vontade.
Melissa
estranha um barulho e diz:
MELISSA
Amor tem um
barulho estranho no carro.
PEDRO
LEONARDO
Vou ver
aqui!
Ao
tentar abrir a porta, o carro explode com Melissa e Pedro Leonardo dentro.
CENA
013. CASARÃO DA FAMÍLIA LIBERATO GUERRA. SALA. DIA/MANHÃ. FASE 1994
Otacília
recebe a notícia aos prantos e Aurélio tenta acalmar:
OTACÍLIA
Minha única
filha não, não pode ser meu Deus.
AURÉLIO
Estou sem
palavras, como isso pode acontecer.
OTACÍLIA
Eu não sei
se vou aguentar essa dor por muito tempo.
AURÉLIO
Amor você é
forte e estarei aqui do seu lado para te consolar.
Otacília
abraça Aurélio e Guilherme acompanha as notícias escondido atrás do sofá. A
câmera se aproxima dos olhos do menino. Anos depois, Guilherme olha para a foto
dos pais no escritório do Jornal Carioca.
CENA
014. REDAÇÃO DO JORNAL CARIOCA. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA/MANHÃ
Eurico
entra no escritório e depara com Guilherme olhando para a foto dos pais:
EURICO
Está
dormindo porra? Acorda caralho.
GUILHERME
Eu estava
vendo umas coisas aqui.
EURICO
Aham sei. Ah
tenho um trabalho pra tu.
GUILHERME
Não me venha
empurrar para a coletiva do Jovem Aprendiz que eu odeio.
EURICO
Mas foi lá
que você cresceu profissionalmente.
GUILHERME
Deus me
livre tolerar bando de adolescente remelento metido a nerd.
EURICO
Mas não é
esse trabalho que vou te oferecer.
GUILHERME
Me
diga então!
EURICO
Você
cai cobrir a coletiva da campanha presidencial do Gustavo.
GUILHERME
Que
bom, obrigado por confiar em mim.
Eurico
olha para cara de Guilherme e deixa a sala. Sozinho, o jornalista diz:
GUILHERME
Agora
o meu plano de vingança vai começar!
Fim
do episódio 01