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segunda-feira, 14 de novembro de 2022

MILITÂNCIA — CAPÍTULO 01

 


CENA 001. ARQUIVO NACIONAL. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE ATUAL

Otacília é chamada por Roberta e entra na sala da professora temerosa, suando frio e trémula:

ROBERTA

Bom dia, senhora, Otacília Amaral! Como está?


OTACÍLIA

Estou bem graças a dio. O que deseja?


ROBERTA

Então, o nosso Arquivo Nacional completou cento e trinta nove anos e queremos fazer uma homenagem póstuma à Melissa, sua filha e ao seu genro, Pedro Leonardo. A senhora está disposta para liberar a imagem dos dois?


OTACÍLIA

Se for pra prestar uma homenagem, que mal tem?


ROBERTA

E pode ficar tranquila, iremos a ressarcir com uma bonificação de dez mil reais para reivindicar o direito de imagem. Aceita a proposta?


OTACÍLIA

Aceito sim, mais alguma coisa?


ROBERTA

Não senhora, qualquer coisa, irei te ligar.


OTACÍLIA

Ótimo então tenha um bom dia!


ROBERTA

Igualmente, com licença.

Otacília deixa o escritório e entra no elevador. Sozinha na sala, Roberta pega sua mala sob a mesa. Anos atrás (1994): Focado na mala de couro italiano, Randolf desce do helicóptero com o objeto e caminha à mansão dos Assunção. 

 

CENA 002. MANSÃO DA FAMÍLIA ALENCAR ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994

Próximo a piscina, Eduardo fuma charuto cubano numa mesa de café da manhã lendo o jornal e Marcelina se aproxima e o chama:

MARCELINA

Bom dia, senhor, Eduardo!


EDUARDO

Bom dia, Marcelina, o que deseja? Diga!


MARCELINA

O senhor Randolf acabou de chegar e pousou o helicóptero próximo a estufa.


EDUARDO

Pode chamá-lo [...].


MARCELINA

Acho que não precisa, ele está vindo ali. Com licença!

Marcelina caminha para dentro da mansão. Eduardo se levanta da cadeira e recebe Randolf.


EDUARDO

Randolf o que faz aqui? Não era para estar negociando com os magnatas em Portugal?


RANDOLF

Era sim, mas recebi uma correspondência de Gustavo com relação ao furto da pasta azul que aconteceu na noite da festa de seu aniversário.


EDUARDO

Gustavo como sempre agindo na emoção. Esse meu filho não toma jeito. [DEBOCHA].


RANDOLF

E você age assim nessa frieza toda? Como pode? A gente correndo o risco de nos fudermos e você aí no bem e bom.


EDUARDO

E quem disse que sairei fudido nessa história? Querido, eu retirei meu nome daquela pasta.


RANDOLF

Não acredito que você me traiu dessa maneira? Eduardo, nós somos parceiros de negócios importantíssimos.


EDUARDO

Éramos parceiros de negócios, agora não somos mais. Eu que não irei sujar meu precioso nome com um fudido como você.


RANDOLF

Que filho da puta! Não consigo acreditar que retirou o seu nome e manteve o meu.


EDUARDO

Ninguém mandou você ser burro. Achou que não ia descobrir suas maracutaias? Avisei, Randolf espera que estamos captando recursos para o nosso escritório e o que você fez? Assinou contrato de obras superfaturadas. Olha a bomba que ia explodir no meu colo?


RANDOLF

Eu agi no calor da emoção, precisávamos daquele dinheiro para pagar uns caras do jogo do bicho.


EDUARDO

Que pena, mas enfim, pode se retirar. E se persistir, chamo os seguranças. Tenha um bom dia, amigo!

Eduardo caminha até a mansão e entra. Sozinho e próximo ao portão principal, Randolf tira a arma da cintura e diz:


RANDOLF

Isso não vai ficar assim!

Randolf guarda o revólver, entrar no helicóptero que começa a sobrevoar.

 

CENA 003. RUA NOSSA SENHORA DE COPACABANA. CALÇADÃO. EXTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994

Na calçada, Pedro Leonardo termina a matéria especial para o Jornal Carioca e comenta com Mateus.

PEDRO LEONARDO

Espero que esse material agrade ao Eurico.

MATEUS

Você falando assim nem parece que é o queridinho dele.

PEDRO LEONARDO

Ele que me adotou como queridinho.

MATEUS

Enfim, primo eu irei agora para o aeroporto, farei viagem para a Europa e não tenho previsão de retorno.

PEDRO LEONARDO

Vai lá e vá com Deus!

Mateus cumprimenta Pedro Leonardo e entra no táxi. Sozinho na calçada, o jornalista avista Melissa a frente de uma manifestação feminista, se aproxima e cobra satisfações.

PEDRO LEONARDO

O que está fazendo aqui? Está louca?

MELISSA

Estou reivindicando meus direitos como mulher! Merecemos receber o mesmo piso salarial que os homens.

PEDRO LEONARDO

Você só pode estar de brincadeira, largar os nossos filhos em casa para participar dessa baderna.

MELISSA

Se o Jornal Carioca e você são coniventes a essa patifaria, isso não é problema meu.

PEDRO LEONARDO

Chega Melissa! Você está passando de todos os limites.

Pedro Leonardo pega Melissa pelo braço, as manifestantes se revoltam e o jornalista rebate.

PEDRO LEONARDO

E vocês vão caçar uma calcinha pra lavar, cambada de desocupadas.

MELISSA

Pedro você está me machucando.

PEDRO LEONARDO

Entra nesse carro agora, anda Melissa!

Melissa se revolta com o marido e entra no carro contra a vontade. As manifestantes tacam objetos contra o veículo em pleno movimento.


CENA 004. MANSÃO DA FAMÍLIA ALENCAR ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994

Na sala fumando charuto e bebendo conhaque, Eduardo avista Gustavo chegando na mansão e o jovem se aproxima do pai:

GUSTAVO

Pai? O que faz aqui? Não era para estar na câmara dos vereadores?

EDUARDO

Estou consertando a barrigada que tu fizeste?

GUSTAVO

Que barrigada? Não sei do que você está falando [...].

EDUARDO

Não se faça de desentendido! Por que diabos foi abrir o bico do roubo da pasta azul?

GUSTAVO

E você ainda pergunta? O nosso nome está no documento, motivo suficiente para nos preocuparmos.

EDUARDO

Eu tinha retirado no nosso nome daquela porra. Agora o Randolf vai dar um jeito de se voltar contra a gente.

GUSTAVO

Eu avisei para o senhor não confiar nesse verme e você novamente não me ouviu. Espero muito que essa pasta não caia em mãos erradas.

EDUARDO

Essa pasta não faz tanta diferença pra mim, agora é hora de pensar na sua candidatura a governador do Estado do Rio de Janeiro.

GUSTAVO

Conseguiu os fundos eleitorais para a minha campanha?

EDUARDO

Eu tenho tudo esquematizado meu filho, pode ficar tranquilo.

Eduardo e Gustavo conversam sobre campanha a governador e uma pessoa grava a conversa e deixa a mansão, silenciosamente.  

 

CENA 005. AEROPORTO SANTOS DUMONT. SAGUÃO. INTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994

Ao deixar o táxi, Elisa se espanta como o movimento no aeroporto, chega ao saguão com as malas, esbarra em Mateus e cai no choro:

ELISA

Me dá uma dor no coração deixar o país, você tem certeza de que quer passar uma temporada na Europa?

MATEUS

Não vamos passar apenas uma temporada, eu fui transferido a trabalho para a Europa.

ELISA

Nunca entendi o Jornal Carioca te querer como correspondente internacional. Eles mesmos não possuem uma tevê de projeção nacional.

MATEUS

Eles estão desenvolvendo esse projeto e faço parte disso.

ELISA

Nunca vou engolir isso, o Omar é contra esse projeto devido aos altos custos.

MATEUS

Nem parece que tu conheces o Eurico né?

A atendente fala pelo alto-falante: Atenção, o voo para Bulgária está confirmado para acontecer daqui a pouco, às dez e quinze. Por favor, certifique-se se perdeu algum objeto pessoal. Bom dia e boa viagem! 

MATEUS

Amor é daqui a pouco! Está preparada?

ELISA

Não estou preparada e seja o que Deus quiser!

Mateus e Elisa caminham para o ponto de embarque. Ao entrarem no avião e após levantar voo, Elisa olha pela janela emocionada.

 

CENA 006. CASARÃO DA FAMÍLIA LIBERATO GUERRA. SALA. DIA/MANHÃ. FASE 1994

Na sala fazendo toalha de crochê, Otacília se preocupa com Melissa e Aurélio rebate:

OTACÍLIA

Será que nossa bambina chegou bem no colégio?

AURÉLIO

Nem parece que conhece a sua filha, a Melissa é uma mulher muito responsável.

OTACÍLIA

Responsável até a página dois, essa menina puxou o pai, cabeça de vento.

AURÉLIO

Você deveria dar um voto de confiança a ela, amor!

OTACÍLIA

Daqui a pouco você pede para canonizá-la a santa. Esse meu marido.

Pedro Leonardo abre a porta da casa discutindo com Melissa e Otacília pergunta:

OTACÍLIA

Que confusão é essa? O que está acontecendo?

PEDRO LEONARDO

Pergunta para a irresponsável da sua filha?

OTACÍLIA

O que você fez minha filha?

PEDRO LEONARDO

Ela não vai falar e vai ficar com essa cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança, mas eu digo, ela estava nas manifestações feminista na Nossa Senhora de Copacabana.

MELISSA

Eu fui lutar pelos meus direitos [...].

OTACÍLIA

Eu já a proibi de participar dessas movimentações! É extremamente perigoso e sempre termina em mortes.

AURÉLIO

Calma gente, vamos resolver tudo isso no diálogo.

PEDRO LEONARDO

Diálogo? Já não aguento mais essas aventuras irresponsáveis da Melissa. Porra, temos dois filhos para criar e ela mergulhando de cabeça nesses movimentos.

MELISSA

Eu estou cansada e de saco cheio. Ninguém me entende nessa casa!

Melissa entra no quarto chorosa e aos pratos, Otacília vai atrás da filha e Aurélio tenta acalmar Pedro Leonardo.


CENA 007. MANSÃO DA FAMÍLIA ALENCAR ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE. FASE 1994

Horas depois, Eduardo e Gustavo conversam durante o jantar e Beatrice chega na sala de estar:

BEATRICE

A fofoca pelo visto está boa né?

EDUARDO

Machos não fofoca, apenas estamos conversando!

BEATRICE

Conversando sobre o que? Sobre o próximo golpe de estado que o Rio vai sofrer? Não criei Gustavo para isso hein?

GUSTAVO

O meu pai e eu estamos conversando sobre minha candidatura ao governo do Estado.

BEATRICE

Ah mas estava demorando! Guga meu filho, você pode ir para o quarto. Quero conversar com o seu pai.

GUSTAVO

Mas mãe [...].

BEATRICE

Vai para o quarto agora ou não respondo por mim.

Gustavo deixa a sala de estar e sobe as escadas. Beatrice se irrita e confronta Eduardo.

BEATRICE

Não admito que coloque o nosso filho em suas artimanhas.

EDUARDO

Você não tem direito a admitir nada e sim a obedecer.

BEATRICE

Não vou ser capacho de um político ladrão

Eduardo se aproxima de Beatrice e ameaça a esposa:

EDUARDO

Da próxima vez que você dizer que sou corrupto, se considere uma mulher morta.

BEATRICE

Eu não tenho medo de você, mas você deveria ter medo de mim. Com licença!

Beatrice sobe as escadas para pegar suas coisas e Eduardo encara a esposa.

 

CENA 008. REDAÇÃO DO JORNAL CARIOCA. RECEPÇÃO. EXTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994

No dia seguinte, Pedro Leonardo chega à recepção do Jornal Carioca e Beto o cerca com uma correspondência:

BETO

Senhor Pedro, deixaram uma correspondência aqui pra você.

PEDRO LEONARDO

Correspondência? Eu não esperava por nenhuma correspondência.

BETO

Aqui está, essa pasta azul.

Pedro Leonardo pega a pasta azul e estranha. Próximo à porta, uma pessoa misteriosa fotografa e deixa o local. O jornalista entra no elevador, chega à sala calado e Omar pergunta:

OMAR

O que houve rapaz? Chegou avoado e nem deu bom dia para o povo.

PEDRO LEONARDO

Estou cheio de problemas, briguei com a Melissa [...].

OMAR

E que pasta é essa? Alguma correspondência importante?

 PEDRO LEONARDO

Não sei, mas vou dar uma olhada agora.

OMAR

Enfim, vou trabalhar e volto já para acertar alguns pepinos contigo.

Omar deixa a sala e Pedro abre a pasta azul. O jornalista fica surpreso com o conteúdo do documento e fala sozinho:

PEDRO LEONARDO

Isso não pode ser verdade!

Pedro Leonardo continua foleando o documento e em seguida guarda em sua mala.

 

CENA 009. LOJA BENEDITTO. BALCÃO. INTERIOR. DIA/MANHÃ. FASE 1994

Otacília abre a loja e Melissa entra em seguida:

OTACÍLIA

Vai sair Melissa? Ou vai trabalhar?

MELISSA

Vou para o Centro do Rio resolver umas coisas.

OTACÍLIA

Filha pelo amor de Jesus Cristo, não se envolva nessas manifestações.

MELISSA

Está bem mãe, já não basta o sermão de Aurélio e do Pedro.

OTACÍLIA

Eles estão certo, agora você é mãe de dois lindos meninos, a troco de que se envolver nessas manifestações.

MELISSA

Eu mergulho nessas manifestações por um salário justo, chega a ser um absurdo receber menos que o salário-mínimo.

OTACÍLIA

Deixa que isso o estado resolve.

MELISSA

Resolve tanto que assinam um decreto que congela o aumento salarial dos professores por vinte anos.

OTACÍLIA

Você precisa me escutar mais e ao seu padrasto.

MELISSA

Eu escuto vocês, mas quero o melhor para nossa família.

Melissa e Otacília encerram o assunto e Guilherme e Washington chegam eufóricos

GUILHERME E WASHINGTON

Mamãe, mamãe, chegamos.

MELISSA

Oh amores, da minha vida como foi o dia de vocês no colégio?

GUILHERME

Foi muito bom, brincamos abeça né Ton?

WASHINGTON

Nos divertimos muito, sabe que é muitão do tamanho do mundo?

MELISSA

Que maravilha! Agora vão tomar banho e quero ver vocês aqui cheirosos.

Washington e Guilherme correm pela loja e entram na casa. Sozinhas, Melissa e Otacília observam as crianças.

 

CENA 010. APARTAMENTO SANTA MARIA. SALA. INTERIOR. DIA/TARDE. FASE 1994

Após uma manhã cheio de trabalho, Omar chega em casa e Eurico estranha:

EURICO

Mas já terminou o expediente?

OMAR

Sim filho, eu estou sentindo um cansaço muito grande.

EURICO

Eu avisei para o senhor se cuidar, trocou pontas de safena e indo trabalhar.

OMAR

Eu só saio da redação do Jornal Carioca dentro de um caixão.

EURICO

Pai para com isso!

OMAR

Você sabe perfeitamente que desse ano eu não passo.

EURICO

Você vai ficar bem e agendei sua viagem para Minas Gerais.

OMAR

Perfeito, as minhas malas estão prontas?

EURICO

Sim senhor!

OMAR

Ótimo, mais tarde eu pego estrada. Agora vou me recolher.

Omar caminha até o quarto e Eurico fica preocupado.


CENA 011. MANSÃO DA FAMÍLIA ALENCAR ASSUNÇÃO. PORTÃO PRINCIPAL. NOITE. FASE 1994

Beatrice passa as orientações para Marcelina:

BEATRICE

Marcelina cuide bem do Gustavo como se fosse o seu filho.

MARCELINA

Pode deixar patroa, é uma pena que esteja de partida.

BEATRICE

É para o meu bem, não vou ficar nesse ambiente inóspito com o Eduardo.

MARCELINA

A senhora vai para a casa de Petrópolis?

BEATRICE

Sim, lá eu estarei bastante segura.

MARCELINA

Tenha uma boa viagem e fique com Deus.

BEATRICE

Obrigada querida! Tenha um boa noite.

Marcelina entra na mansão e Eduardo observa Beatrice da janela do quarto.


CENA 012. OPALA SSRJ 1985. INTERIOR. ESTRADA LAGOA BARRA. NOITE

Pedro Leonardo e Melissa conversam dentro do carro e amistosamente:

MELISSA

Perdoa-me como mulher, mãe e professora. Eu sei que fui irresponsável [...].

PEDRO LEONARDO

Ainda bem que você sabe que é irresponsável. Melissa você não é uma menina mais.

MELISSA

Eu sei disso, mas quis a manifestação para reivindicar meus direitos.

PEDRO LEONARDO

Se você fosse réu primaria, poderia manifestar à vontade.

Melissa estranha um barulho e diz:

MELISSA

Amor tem um barulho estranho no carro.

PEDRO LEONARDO

Vou ver aqui!

Ao tentar abrir a porta, o carro explode com Melissa e Pedro Leonardo dentro.


CENA 013. CASARÃO DA FAMÍLIA LIBERATO GUERRA. SALA. DIA/MANHÃ. FASE 1994

Otacília recebe a notícia aos prantos e Aurélio tenta acalmar:

OTACÍLIA

Minha única filha não, não pode ser meu Deus.

AURÉLIO

Estou sem palavras, como isso pode acontecer.

OTACÍLIA

Eu não sei se vou aguentar essa dor por muito tempo.

AURÉLIO

Amor você é forte e estarei aqui do seu lado para te consolar.

Otacília abraça Aurélio e Guilherme acompanha as notícias escondido atrás do sofá. A câmera se aproxima dos olhos do menino. Anos depois, Guilherme olha para a foto dos pais no escritório do Jornal Carioca.

CENA 014. REDAÇÃO DO JORNAL CARIOCA. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA/MANHÃ

Eurico entra no escritório e depara com Guilherme olhando para a foto dos pais:

EURICO

Está dormindo porra? Acorda caralho.

GUILHERME

Eu estava vendo umas coisas aqui.

EURICO

Aham sei. Ah tenho um trabalho pra tu.

GUILHERME

Não me venha empurrar para a coletiva do Jovem Aprendiz que eu odeio.

EURICO

Mas foi lá que você cresceu profissionalmente.

GUILHERME

Deus me livre tolerar bando de adolescente remelento metido a nerd.

EURICO

Mas não é esse trabalho que vou te oferecer.

GUILHERME

Me diga então!

EURICO

Você cai cobrir a coletiva da campanha presidencial do Gustavo.

GUILHERME

Que bom, obrigado por confiar em mim.

Eurico olha para cara de Guilherme e deixa a sala. Sozinho, o jornalista diz:

GUILHERME

Agora o meu plano de vingança vai começar!

Fim do episódio 01